[RESENHA] Azar o seu - Carol Sabar
AZAR O SEU – CAROL
SABAR

Em 2011,
tive o prazer de conhecer a escrita caprichada, divertida e criativa da autora
mineira Carol Sabar. Particularmente falando, me tornei sua fã de primeira e já
li o seu primeiro livro ‘Como quase namorei Robert Pattinson’ pelo menos umas duas
vezes. É isso ai. Porque é bão demais
da conta.
Fiquei
extremamente feliz ao saber que este ano ela havia publicado uma nova obra,
pois era algo que eu estava aguardando muito. Confesso que enrolei um pouco
para comprar o livro, pois a fila de desejos literários estava imensa... Não
faz muito tempo, comprei a obra em uma livraria e me arrependi por não tê-lo
feito antes.
“Na sexta feira, eu me
sentia feliz demais para me irritar com as baboseiras da vida cotidiana. Sabe,
essas baboseiras bobas que até uns dias atrás me fariam berrar um palavrão
enorme ou soltar os cachorros em cima de uma vítima inocente. Deus, perdoe-me
por aqueles que maltratei.” Página 138
Os
protagonistas da vez são Ana Beatriz Guimarães e Gustavo Vitorazzi. Bia conhece
Guga e sua irmã Raíssa desde que era só uma criança, e a amizade entre o trio
perdurou por anos a fio. Raíssa era sua melhor amiga e consequentemente, Bia
sempre fora próxima de Guga. E é claro, secretamente apaixonada por ele. Mesmo
que fora o responsável por salvar o seu primeiro beijo de ser um fiasco total,
pois Bia achava que teria de se contentar com a sensação horrível e com gosto
de banana nanica que o primeiro beijo dado por Bruninho – um garoto de sua
turma, lhe causara quando Guga resolveu mostrar à ela, o que era um beijo
decente. Beijo este que ela não esqueceu nunca. Mesmo depois de Guga viajar
para Londres, para fazer faculdade de música, mesmo depois de ter brigado e
parado de falar com Raíssa. Mesmo depois de tudo e mesmo agora, com 25 anos e
vivenciando a pior maré de azar da sua vida.
Bia acaba de
ser demitida por justa causa, ou nem tão justa assim, acusada de assediar
sexualmente o seu estagiário na FB Logística e teve de admitir a derrota e
voltar para casa com as mãos abanando. Para piorar se sente extremamente
frustrada em sua vida amorosa, a ponto de se contentar com uns amassos
porcamente dados em seu primo, num cemitério, em meio ao enterro da madrasta do
mesmo.
E como se
não fosse o bastante, Bia se vê em meio à linha de fogo num tiroteiro, presa em
sua Kombi ‘Floricultura quatro estações’ e com um pé na cova. Isto mesmo,
porque ela acredita que irá morrer ali mesmo. É ai que ela conhece o seu
‘amparador espiritual’ ou quem ela acredita ser e passa a contar tudinho de sua
vida, tudinho, até mesmo sobre Guga Vitorazzi, a sua atual situação de desemprego
e o resto das nada fabulosas coisas que vem acontecendo em sua vida. Só que este
cara, está bem longe de ser um amparador espiritual, afinal, ele é o dito cujo.
O protagonista dos sonhos românticos de Bia desde sempre. O pivô de tudo
aquilo, e parece que mesmo depois de 10 anos sem vê-lo, Bia não consegue
resistir ao seu charme.
“_ Mas por quê?
_ Meu nome é brochante. –
Então não aguentei e comecei a rir.
_ É uma revelação para o
terceiro encontro – disse ele – Ou quarto. Quando você estiver tão de quatro
por mim que nada poderá atrapalhar o meu caminho.
_ De quatro por você? –
Balancei a cabeça, perturbada com essa conversa de loucos. – Ai, ai. Você é tão
seguro de si, como se fosse totalmente irresistível...” Página 62
Azar o seu é
uma história realmente divertida e que me prendeu do começo ao fim. Me
identifiquei muito com a Bia, mesmo que em alguns momentos ache que ela tenha
sido exagerada. E devo realçar, extremamente pessimista. Mas é exatamente assim
que eu sou, tenho a mania de achar que tudo vai dar errado antes mesmo de
tentar... Deve ser por isso que me senti na pele da nossa ‘bronquinha’ –
apelido carinhoso dado por Guga, mais vezes do que posso contar.
Um outro
fator que me surpreendeu, foi a relação que Bia tem com seu pai, pois uma vez
que ela foi criada por ele – sua mãe fugiu com o amante e sua banda rumo ao
infinito e além quando ela ainda era criança, vê nele o seu herói, como tem de
ser. A relação deles vai muito além da relação pai e filha, é uma relação de
amizade, de ‘conte comigo para tudo’.
Amei todos
os personagens e a maneira como a história terminou para cada um deles. A
relação de Raíssa e Bia, é algo que foi mostrado por meio de flash backs
durante a história, mas amei ver como elas duas acabam se encontrando em meio
às circunstancias.
Guga não
conseguiu bater Miguel Defilippo – protagonista do primeiro livro da autora –
no quesito irresistível, mas chegou perto.
“Bia – continuou ele –
você não faz ideia do que eu passei... Eu tinha 17 anos, estava longe dos meus
amigos, da minha irmã, da minha cidade, e não tinha o apoio dos meus pais. Mas
até ai eu podia suportar. Só que eu estava longe de você. Então não me diz que
eu não me importei. Porque eu me importei tanto que, se você me escrevesse de
volta e eu percebesse qualquer mínima menção de sofrimento nas entrelinhas das
suas cartas, eu desistiria e entraria no primeiro avião. E eu não queria
desistir.” Página 165
A arte do
livro foi caprichada, não tanto quanto no primeiro livro da autora, mas gostei
de ver o trabalho da editora Jangada. Não encontrei nenhum errinho de português
e curti a diagramação. Livro nota 10. Ótimo para quem ama uma boa leitura e
quer dar boas risadas, e é claro, longos suspiros.
Beijinhos,
Oi, Kate!
ResponderExcluirAaaah, tô precisando de um livro leve e engraçado assim, viu *-* Incrivelmente, ainda não li nada da Carol, mas morro de vontade!
Adorei a resenha,
Beijos
Leeh - Caverna Literária
Ah este é ótimo viu Leeh? Vale muito a pena ser lido! Você PRECISA ler alguma coisa da Carol, porque é uma leitura super leve e que te deixa com aquela sensação gostosa sabe?
ExcluirObrigada, viu?
Beijinhos!
Kate
Morro de vontade de ler este livro! (E o outro da autora também...hahaha)
ResponderExcluirSua resenha só me deixou com mais vontade de conhecer a obra, principalmente pq assim como você, ando meio pessimista, sabe? Encontrar uma personagem assim ia me agradar bastante. :D
Ainda mais se o livro não possui erros de português, estou farta de livros cheios de erros... D:
Bjs, Yara.
Blog Ilusões Escritas.
http://www.ilusoesescritas.com/2014/01/vagas-para-colunistas.html
Que saudades de você Yara! É muito bom te ver por aqui rsrsrs
ExcluirEntão, eu particularmente me identifiquei SUPER com a personagem, porque esse jeito pessimista dela chega até a ser engraçado. Você vai amar, a Carol caprichou na escrita. É horrível mesmo um livro mal escrito, mas pelo menos com a Editora Pensamento eu nunca me decepcionei. Vou dar uma passada no Ilusões para conferir as novidades!
Beijinhos!
Kate