Tagarelando... Vida de escritor
Tagarelando... Vida de escritor
Pois é, a arte de escrever está ligada à tantas
coisas... É impossível dizer o que exatamente, faz um escritor. Alguns dizem
que escritor é aquele que tem a habilidade de transpor para o papel os seus
sentimentos, suas emoções. Há também aqueles que dizem que escritor é todo
aquele que imagina, que gosta de criar mundos e que sabe como introduzir seus
leitores nestes mundos. Na minha opinião, ser escritor... É apenas a coisa mais
incrível deste mundo. Não só a mais incrível, como a mais deliciosa.
Ter a mente aberta para o impossível... Saber
imaginar as mais variadas cenas, acontecendo dos mais diversos jeitos, tendo
como protagonistas os personagens mais exóticos. O escritor está sempre atento
ao mundo à sua volta, mas diferente dos outros, ele está sempre atento à aquilo
que ninguém mais está. Atento às expressões faciais, às palavras, às mais
simples e rotineiras situações... Aos gestos mais sutis. E ele achará um jeito
de arranjar inspiração dali e descrever aquela característica simples, de
maneira surreal.
Escritor
é escritor e não importa como, todos possuem sua própria voz. O mundo dirá se
aquela ‘voz’ agradará ou não os leitores, mas ninguém, jamais deve empinar o
nariz e dizer que determinada obra é ruim. Que o autor não sabe escrever. Pois
encontrar a sua voz na escrita, é bem mais difícil do que parece. É preciso
tempo, dedicação e paciência. Não é de um dia para o outro e raramente um autor
entra para a lista dos mais vendidos após escrever seu primeiro livro. Então
seria certo, cortar as asas de um escritor que ainda está aprendendo a voar?
Pense nisso, da próxima vez que chamar um livro de ‘lixo’.
Digo isso, porque sou escritora. Porque sei o
quanto uma crítica nada construtiva machuca e te faz pensar em desistir da
carreira. Alguns leitores brasileiros reclamam porque as editoras nacionais não
dão oportunidade para os seus autores, mas quando isto acontece, os escritores
sofrem críticas e veem suas obras sendo classificadas como amadoras e
ridicularizadas. Vi isto acontecer, não apenas uma, mas três ou quatro vezes. E
isto me fez realmente pensar, em como ser escritor é difícil.
Embora seja a melhor coisa do mundo, é difícil
lidar com leitores e suas opiniões. É claro que não estou generalizando. Não
são todos assim. Mas queria deixar esta mensagem, porque nada melhor que ter
ambos os pontos de vista da história. O seu ponto de vista de que quem critica
e o ponto de vista de quem recebe esta crítica. Faço parte dos dois times,
porque sou escritora e resenhista. Pois isso sei do que estou falando.
Na maioria das vezes quando escrevo, escrevo
para mim. São as minhas impressões, os meus personagens e a minha história.
Tenho total liberdade para mudar o rumo da mesma e esta é uma das vantagens de
ser escritor. Você pode fazer o impossível. Tem a liberdade para escrever e
expressar suas opiniões da forma como bem entender. E é só então, quando já
tenho a história formada em mente, que penso em quem irá ler aquilo. Não que o
leitor, tenha de ficar em segundo plano. Pelo contrário. No entanto respeito e
admiro a característica da escrita que me dá essa liberdade. De descrever o
mundo, conforme eu o vejo.
Me tornar escritora, foi algo que literalmente
salvou minha vida. Assim como conheço histórias de autores e autoras famosos
que se igualam à minha. Estava passando por um sério período de depressão na
época em que comecei a escrever Debaixo das minhas asas, e os meus personagens
eram os meus amigos. À quem eu podia pedir socorro, com quem eu podia
desabafar. Então não é loucura dizer que isto salvou minha vida. Porque
realmente salvou. Então sim, considero que uma das melhores partes de mim, uma
das melhores coisas que me aconteceram foi me tornar uma escritora. E ainda
estou tentando encontrar minha voz. Assim como muitos. É por isto que digo, que
vocês leitores, tem toda a liberdade de expressar sua opinião à respeito de uma
obra. E de criticá-la também. Só peço que tomem cuidado com isto, pois as vezes
ofensas e críticas não – construtivas acabam nos limitando ao nada. À mera
conclusão de que não somos nada.
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