Tagarelando... Meu primeiro amor
Tagarelando... Meu Primeiro
Amor
Tem cheiro de hortelã. Suco de
hortelã com abacaxi. Me faz sentir flutuar, como num sonho, entre as nuvens
fofinhas e macias. As borboletas brincam em meu estômago, voando de um lado
para o outro. Nunca imaginei que fosse tão bom. Que fosse me sentir tão maravilhosamente
bem. Sim, M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A-M-E-N-T-E, porque eu nunca antes usei esta
palavra com tanto gosto.
Estar apaixonado pela primeira
vez é ao mesmo tempo a melhor e a pior sensação do mundo. Porque afinal,
descobrir o amor é lindo, o difícil é ter certeza que ele também descobriu o
mesmo. Ah, ele. Com aquela voz aveludada e que me faz sonhar com uma tarde na
praia, bebendo água de coco, deitada na areia branca, fofinha e numa
temperatura agradável. Bem diferente do calor infernal que tem feito por aqui.
Não consigo imaginar como foi que
isto aconteceu, meu Deus, como é que eu nunca tinha percebido antes? Como é que
nunca reparei naqueles olhos, ah aqueles olhos... Azuis da cor do mar. Azuis da
cor do céu. Azuis, azuis, azuis como as borboletas do poema do Vinícius. Sim, o
meu velho amigo Vinícius de Moraes.
Como é que eu nunca reparei
naquele sorriso? Aquele sorriso capaz de derreter até pedra de gelo. Aquele
sorriso maroto de menino travesso, sorriso de quem aprontou e fugiu da cena.
Como eu queria que aquele sorriso fosse meu. Só meu. Só para mim. Para mim e
ponto final.
Mas será que ele pensa em mim?
Será que a sua recém descoberta de amor, foi por mim? E se não for?
Não quero imaginar. Não quero
imaginar. Não quero imaginar. Quero me manter na praia, com a água de coco e as
minhas borboletas azuis.
Amar, amar, amar... Como posso
não amar? Como posso não amar, se por amor nasci, se por amor fiquei, se por
amor morrerei?
Ele vem vindo. Ah, coração, se
acalme! Não me faça ficar vermelha, por favor, não me faça ficar vermelha.
Droga, tarde demais, ele está virando a esquina.
A cada passo mais se aproxima.
Aquele sorriso travesso está sorrindo para mim. Ai meu Deus! Ai meu Deus! O que
eu devo dizer? Não, não devo dizer nada. É isso ai, respira, inspira, respira,
inspira, falta de ar, falta de ar, falta de ar, respira.
Ele está sorrindo. Como é que
pode sorrir assim? Irá me deixar com cara de palhaça!
Porque é que eu não consigo
controlar. Sai de mim vermelhidão, sai de mim. Ai meu Deus, cada vez mais
próximo ele está. Quatro, três, dois, um...
_ Oi.
_ Oi.
Ufa, ele está indo embora. Foi
rápido e sutil. Rápido e sutil. Rápido e aaaaaaaaah, ele falou comigo!
Comentários
Postar um comentário
Comente! Sua opinião é muito importante para nós.