[RESENHA] Os Três - Sarah Lotz
Bom dia galera, tudo bem com vocês? Hoje é dia de resenha aqui no Drunk e antes de mais nada gostaria de pedir que vocês acompanhassem a mesma até o fim. É sobre um dos melhores livros que já li na vida e quero que vocês entendam exatamente o porquê. Mais tarde estamos de volta!
OS TRÊS – SARAH LOTZ
Prendam o
ar, pois estou prestes a começar a resenha mais difícil que já fiz e de um dos
livros mais fantásticos que já li na vida, que conseguiu ultrapassar todas as
minhas expectativas e mereceu medalha de melhor leitura de 2014. E olha, que o
ano nem acabou ainda! Pois é, ‘Os Três’ é uma obra única. Sarah Lotz conta a
história sob o ponto de vista jornalístico de Elspeth Martins, criando um livro
dentro de outro livro, uma amarra incrível de fontes divergentes, que nos fazem
realmente acreditar em sua veracidade. Um suspense que de tão bem escrito, me
fez mergulhar na leitura, logo de primeira.
A quinta
feira – negra que ficou conhecida por conta dos quatro acidentes de avião, quase
que ao mesmo tempo, em diferentes cantos do mundo e que impactou à todos não
pela quantidade de mortos mas pela sobrevivência totalmente ilógica de três
crianças, é o acontecimento mais comentado de todos os tempos. O mundo parou em
meio ao caos dos acidentes e diversas especulações à respeito da sobrevivência
dos ‘três’ começam a surgir; para alguns, estas crianças foram possuídas pelos
espíritos dos mortos, para outras são ETs enviados para a destruição do planeta
e para outros, os religiosos, são três dos quatro cavaleiros do Apocalipse, que
ilustram a chegada do fim do mundo.
‘Os três‘ é
narrado sob diversos pontos de vista, fontes de jornais, posts em blogs,
conversas em chats e fórums e gravações que de certa forma, nos apresentam
dados relevantes e dos mais variados tipos à respeito dos acidentes.
“O som da televisão estava no
máximo e uma apresentadora – um daqueles horrores americanos cheios de Botox,
dentes artificiais e maquiagem demais – falava sem parar. Atrás dela havia a
imagem do que parecia uma espécie de pântano com um helicóptero pairando acima.
Li a legenda: ‘Acidente com o avião da Maiden Airlines nos Everglades.’ Eles
erraram, pensei. Stephen e as meninas estavam viajando pela Go!Go!, e não nesse
avião. E então entendi: outro avião tinha caído.”
Página 24
As crianças;
Hiro, Jess e Bobby – vulgo ‘os três’ – passam a ter comportamentos esquisitos
após o acidente, o que levanta ainda mais a suspeita de seus parentes, sobre
uma provável possessão. Há o relato cuidadoso e ao mesmo tempo preocupado de
Paul Craddokk – o tio de Jess – Lilian Small – a avó de Bobby – e Chiyoko – a prima
de Hiro, sobre a mudança de comportamento sofrida pelos pequenos e os
acontecimentos cada vez mais esquisitos à sua volta. Lilian vê a milagrosa
recuperação de seu marido Reuben – portador de Alzheimer – acontecer de um dia
para o outro. Paul, o tio gay de Jess e também ator, vê a sua vida cercada por paparazzi
e num primeiro momento, se sente feliz por isso. Chiyoko, a garota solitária
que não saia do quarto, encontra em HIro um motivo para viver. Então de alguma
forma, os três acabam dando aos seus parentes, o que eles queriam. No entanto,
é quando se tornam o alvo da mídia, dos fanáticos religiosos e apaixonados por
OVNIS, que eles percebem estar em um verdadeiro inferno.
"Ele fez a coisa dentro
do carro, na costa oeste, onde costumava ir pescar. Asfixia, mangueira ligada
no cano de descarga. Sem sujeira, sem confusão. Sinto falta dele.” Página 29
Não teria
como contar mais à vocês, sem estragar o sentimento de encanto, que vocês
provavelmente irão sentir ao ler o livro. Não é o tipo de encanto, que se sente
ao ler um romance. É o tipo de encanto que se sente ao se deparar com algo tão
bem escrito. Em diversos momentos durante a leitura, eu parava e me perguntava
em voz alta ‘como é que essa mulher conseguiu escrever isso?’. Isto porque, é
incrível demais! Chega a ser surreal e eu não estou exagerando. Ao escrever sob
diversos pontos de vista diferentes, Sarah Lotz, conseguiu nos passar uma essência
totalmente única à respeito de cada personagem. Era como se de fato eles
existissem e a ‘quinta-feira negra’ tivesse acontecido.
Sarah,
conseguiu amarrar todos os fatos e nos presenteou com um final totalmente ‘COMO
ASSIM?’. Isto porque, a pergunta mais importante de todas, não é respondida no
final do livro. Talvez tenha sido por isto que eu fiquei com total sensação de ‘preciso
da continuação disso’. É quase como o livro ‘Uma aflição imperial’ que Hazel lê
em A culpa é das estrelas e que termina deixando diversas dúvidas à respeito,
mas que não deixa de ser maravilhoso. Não se assustem, não tem nada a ver com câncer,
foi apenas uma forma de exemplificar.
O trabalho
gráfico feito pela Arqueiro, como por exemplo, a estética do livro foi
caprichosamente esplêndido! As laterais do livro são tingidas de preto e a capa
é um deleite por si só. Parabéns pelo sucesso! A conclusão
que se tira, é que eu mais que recomendo este livro. Sugiro que você vá agora
mesmo para a livraria mais próxima de você, adquira o seu exemplar e depois
venha dividir comigo nos comentários, a emoção que sentiu ao ler algo tão
puramente maravilhoso.
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