[RESENHA] Sete monstros brasileiros - Braulio Tavares
Boooom dia galera linda, eu sei, deveria começar esta semana maravilhosa com um 'fotos da semana', mas resolvi deixar para postar amanhã - para ver se consigo juntar mais algumas fotos para vocês, já que a semana foi super sem graça - e enquanto isto, trouxe uma crítica literária especial para aqueles que curtem livros de ficção. Não se esqueçam de me dizer o que achara, certo? Mais tarde estou de volta, tenham todos uma ótima segunda-feira!
SETE MONSTROS BRASILEIROS – BRAULIO TAVARES
E mais uma
vez a resenha de hoje será um pouquinho diferente, sobre uma coletânea de
contos baseados nos monstros do folclore brasileiro e escritos por Braulio
Tavares, autor publicado pela ‘Fantasy – Casa da Palavra’ da Leya. O livro, um
capricho em quesitos de estética, me foi enviado para resenha no finalzinho do
mês passado e por se tratar de uma linguagem fácil e contos curtos, foi uma
leitura bem rápida. Irei contar para vocês, as minhas impressões à respeito de
cada conto.
A sétima filha é nada mais que uma releitura do velho mito
de que o sétimo filho tem de ser batizado pelo filho mais novo, para que não
corra o risco de virar lobisomem. É o primeiro conto do livro e um dos mais
elaborados, visto que foi o que abriu a trama. Apesar de me surpreender pela
escrita, Braulio Tavares pecou pelo clichê, não apresentando nada de inovador
ao conto, o que eu esperava que acontecesse.
“-Rapaz, quando alguém quer
acreditar numa coisa, acredita. E se você botar num detector de mentiras, o
aparelho vai dizer que esse alguém está dizendo a verdade, de tão sincera que é
a doidice dele.” Página 13
O bradador, é um conto curto, cujo enredo não é de todo claro, e tudo o que consegui compreender foi que se
tratava do espirito de um homem muito triste que lamuriava durante a noite e
que podia ser ouvido por toda a cidade. Não consegui entender o fim do conto,
apesar de curto, por isto foram um dos que menos gostei, junto com o próximo,
qual irei comentar.
A porca de soledade, foi o pior, em minha opinião. Trata-se de
uma porca, que não conseguia parar de comer e que ficava cada vez maior, sendo
passada de vendedor em vendedor por conta do prejuízo e que chegou ao ponto de
ter vários homens trabalhando para simplesmente alimentá-la. A porca morreu de
fome, quando um dos mesmos, parou para descansar por um instante. Fica claro
para mim, o porquê de não ter gostado. Não achei o conto interessante e muito
menos digno de fazer parte da coletânea.
O papa figo, é um dos mais razoáveis. Foi construído sobre a existente lenda
que conta a história de um fazendeiro rico que sofria de uma doença grave e que
por isso se alimentava de fígado de crianças. Sua fama se espalha pela cidade e
todas as crianças passam a ter medo dele, até que uma delas se atreve a tentar
feri-lo, ao acreditar que seria atacado e acaba matando-o e se colocando em
maus lençóis.
" –Era só finalizar a
bagagem e descer para pagar a conta, mas eu lembrava que, por alguma razão,
podia ficar mais um pouco. Quando vi, estava semideitado, me apoiando nos
travesseiros, na posição exata em que tinha adormecido na noite anterior. Por
que me deitei assim, vestido, de sapatos? Que pressa era aquela? Era como se os
gritos fossem recomeçar só porque eu havia me deitado.” Página 31
Os mortos vips, nada mais é que um conto sobre zumbis
vestindo roupas elegantes e finas, que tomaram conta da cidade. Achei a ideia
um pouco esquisita mas gostei do modo como o conto foi escrito e por isso, o considero como
razoável também.
A expedição Monserrat foi o meu favorito, isto porque os monstros
retratados em especial não dão as caras e não sabemos do que se trata. O
mistério ronda toda a narrativa, cuja escrita foi devidamente pensada para nos
deixar curiosos e assustados. De longe o melhor do livro.
Uma gota de sangue, fecha a coletânea com um ponto de
interrogação enorme. A ideia central é o surgimento de uma linda mulher –
talvez, a Iara – que ataca um homem em meio à piscina de um hotel na Amazônia.
A dúvida é grande, em relação ao objetivo central do conto, que mais uma vez
não foi esclarecido.
Conclusão? O
trabalho de arte da editora ficou fabuloso – um dos mais bonitos que já vi – a diagramação
e revisão perfeitas, a escrita do autor OK, a ideia proposta aos leigos – que não
leram o livro – interessante mas os contos em si um pouco... vagos, sem nexo,
sem criatividade e corridos demais. Embora a escrita do autor se sobressaia,
não me convenceu. Espero ter a oportunidade ler novas obras de Braulio Tavares,
para poder avaliar melhor o seu trabalho.
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