[RESENHA] Sete monstros brasileiros - Braulio Tavares


Boooom dia galera linda, eu sei, deveria começar esta semana maravilhosa com um 'fotos da semana', mas resolvi deixar para postar amanhã - para ver se consigo juntar mais algumas fotos para vocês, já que a semana foi super sem graça - e enquanto isto, trouxe uma crítica literária especial para aqueles que curtem livros de ficção. Não se esqueçam de me dizer o que achara, certo? Mais tarde estou de volta, tenham todos uma ótima segunda-feira!

SETE MONSTROS BRASILEIROS – BRAULIO TAVARES

O terror da mitologia brasileira. A literatura fantástica contemporânea muito se alimenta de personagens das mitologias grega e nórdica, das tradições celtas e bretãs, da literatura árabe do Oriente Médio e dos contos tradicionais do Extremo Oriente. Pouco se lê, no entanto, sobre os seres fantásticos criados e reproduzidos na extensa tradição da literatura oral brasileira. Nós também, afinal, temos os nossos monstros. Instigado pela riqueza dessa tradição, Bráulio Tavares reuniu, em sete contos inéditos, histórias inspiradas nas criaturas monstruosas da mitologia brasileira, compondo assim uma coletânea de aventuras protagonizadas por alguns dos nossos personagens mais assustadores, alguns conhecidos Brasil adentro apenas pela tradição oral, como o papa-figo, e outros mais famosos, como o lobisomem e a Iara.




E mais uma vez a resenha de hoje será um pouquinho diferente, sobre uma coletânea de contos baseados nos monstros do folclore brasileiro e escritos por Braulio Tavares, autor publicado pela ‘Fantasy – Casa da Palavra’ da Leya. O livro, um capricho em quesitos de estética, me foi enviado para resenha no finalzinho do mês passado e por se tratar de uma linguagem fácil e contos curtos, foi uma leitura bem rápida. Irei contar para vocês, as minhas impressões à respeito de cada conto.
A sétima filha é nada mais que uma releitura do velho mito de que o sétimo filho tem de ser batizado pelo filho mais novo, para que não corra o risco de virar lobisomem. É o primeiro conto do livro e um dos mais elaborados, visto que foi o que abriu a trama. Apesar de me surpreender pela escrita, Braulio Tavares pecou pelo clichê, não apresentando nada de inovador ao conto, o que eu esperava que acontecesse.

“-Rapaz, quando alguém quer acreditar numa coisa, acredita. E se você botar num detector de mentiras, o aparelho vai dizer que esse alguém está dizendo a verdade, de tão sincera que é a doidice dele.” Página 13

O bradador, é um conto curto, cujo enredo não é de todo claro, e  tudo o que consegui compreender foi que se tratava do espirito de um homem muito triste que lamuriava durante a noite e que podia ser ouvido por toda a cidade. Não consegui entender o fim do conto, apesar de curto, por isto foram um dos que menos gostei, junto com o próximo, qual irei comentar.
A porca de soledade, foi o pior, em minha opinião. Trata-se de uma porca, que não conseguia parar de comer e que ficava cada vez maior, sendo passada de vendedor em vendedor por conta do prejuízo e que chegou ao ponto de ter vários homens trabalhando para simplesmente alimentá-la. A porca morreu de fome, quando um dos mesmos, parou para descansar por um instante. Fica claro para mim, o porquê de não ter gostado. Não achei o conto interessante e muito menos digno de fazer parte da coletânea.
O papa figo, é um dos mais razoáveis. Foi construído sobre a existente lenda que conta a história de um fazendeiro rico que sofria de uma doença grave e que por isso se alimentava de fígado de crianças. Sua fama se espalha pela cidade e todas as crianças passam a ter medo dele, até que uma delas se atreve a tentar feri-lo, ao acreditar que seria atacado e acaba matando-o e se colocando em maus lençóis.

" –Era só finalizar a bagagem e descer para pagar a conta, mas eu lembrava que, por alguma razão, podia ficar mais um pouco. Quando vi, estava semideitado, me apoiando nos travesseiros, na posição exata em que tinha adormecido na noite anterior. Por que me deitei assim, vestido, de sapatos? Que pressa era aquela? Era como se os gritos fossem recomeçar só porque eu havia me deitado.” Página 31

Os mortos vips, nada mais é que um conto sobre zumbis vestindo roupas elegantes e finas, que tomaram conta da cidade. Achei a ideia um pouco esquisita mas gostei do modo como o conto  foi escrito e por isso, o considero como razoável também.
A expedição Monserrat foi o meu favorito, isto porque os monstros retratados em especial não dão as caras e não sabemos do que se trata. O mistério ronda toda a narrativa, cuja escrita foi devidamente pensada para nos deixar curiosos e assustados. De longe o melhor do livro.
Uma gota de sangue, fecha a coletânea com um ponto de interrogação enorme. A ideia central é o surgimento de uma linda mulher – talvez, a Iara – que ataca um homem em meio à piscina de um hotel na Amazônia. A dúvida é grande, em relação ao objetivo central do conto, que mais uma vez não foi esclarecido.
Conclusão? O trabalho de arte da editora ficou fabuloso – um dos mais bonitos que já vi – a diagramação e revisão perfeitas, a escrita do autor OK, a ideia proposta aos leigos – que não leram o livro – interessante mas os contos em si um pouco... vagos, sem nexo, sem criatividade e corridos demais. Embora a escrita do autor se sobressaia, não me convenceu. Espero ter a oportunidade ler novas obras de Braulio Tavares, para poder avaliar melhor o seu trabalho.



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