RESENHA: O menino dos fantoches de Varsóvia
Boa tarde! Hora de postar uma resenha bem bacana por aqui, já já saem as fotos da semana. Espero que vocês curtam... E bora participar do Top Comentárista pessoal, é super fácil participar. Basta deixar seu comentário nos posts e preencher o formulário. Quanto mais você comenta, mais chance tem de faturar o prêmio. :D
O MENINO DOS FANTOCHES DE VARSÓVIA – EVA WEAVER
Como sempre,
em se tratando de quando leio livros cujo tema principal é o holocausto, foi
impossível não me emocionar, após fechar a obra e me deparar com o turbilhão de
sentimentos que me arrebataram de maneira inesperada. De forma linda e
encantadora, porém que não poupa em sua maioria as cenas de crueldade, Eva
Weaver – uma autora alemã – conseguiu transpassar através de personagens
adversos, a história de um menino judeu e sua família em meio à grande tragédia
que se deu, devido à Hitler e à alienação da raça ariana.
Mika morava
em Varsóvia, com sua mãe e avô, quando as primeiras aparições do ‘Fuhrer’ –
vulgo, Hitler – começaram a trazer mudanças radicais para o país. Aos 12 anos,
ao acompanhar o avô até o alfaiate, para pegar um casaco feito sob medida, o
garoto sequer podia imaginar que sua vida, seria tão grandiosa e sofrida, dali
a tão pouco tempo. As primeiras mudanças impostas por Hitler, - que em seus
discursos inflamados, ditava aos alemães, que os judeus eram os responsáveis
por suas doenças e tragédias – foram discretas. Os judeus não podiam entrar em
parques, cafeterias e museus locais, logo também não podiam ter acesso ao
transporte público e aos bancos de praça. Não demorou a proibirem que andassem
nas calçadas e assim, eram obrigados a se misturar aos cavalos e carroças no
meio da rua. Em seguida, os atos dos nazistas, finalmente chegaram ao extremo;
os judeus não podiam frequentar escolas, trabalhar, e tinham de se identificar
com uma espécie de faixa ao redor do braço, com a estrela de Davi. Socialmente,
eles não eram ninguém. Mika e sua pequena família, completamente arrasados pelo
desprezo de seus vizinhos e amigos, tinham a plena certeza de que aquilo era
apenas o começo. E estavam certos.
"Logo depois, tivemos que
nos registrar para conseguir o Kennkarten – carteiras de identidade carimbadas
com um enorme J de JUDEU. E como uma simples letra era capaz de mudar tudo.
Precisávamos dessas carteiras para conseguir as cadernetas de racionamento de
comida, mas nossas rações eram pifas – uma fração minúscula do que era
concedido à população não judia. Dois pães para o alemão, um pão para o
polonês, uma fatia para o judeu.“ Pág.
26
E assim,
logo foram intimados à saírem de suas casas para ir para o ‘gueto’. Ou como os
alemães chamavam, ‘Distrito residencial judaico – Jüdische Wohnbezirk’
localizado mais ao norte de Varsóvia. Eram 400 mil judeus, para uma pequena
área desalojada. Logo, aqueles que conseguiram encontrar uma casa vazia, tiveram
sorte. Porque os demais, estavam perdidos e abandonados em calçadas, com seus
filhos e parentes. O avô de Mika, logo teve a ideia de modificar seu casaco,
inserindo nele muitos bolsos secretos, para que assim pudesse levar consigo
todos os seus tesouros; fotos antigas e objetos que mesmo em meio ao caos, o
fariam sempre se lembrar de quem era.
Passado um
certo tempo, a falta de comida e total violência acometida pelos soldados, foi
fazendo com que a família de Mika ficasse cada vez mais fragilizada. Com isso,
seu avô passou a secretamente criar fantoches, em um quarto fechado, como meio
de fugir do horror que se via nas ruas, diariamente, enquanto o povo judaico,
era totalmente esquecido pelo resto do mundo.
“Uma coisa no canto da oficina
atraiu minha atenção, arrancando-me de meus devaneios. Numa mesa havia um
pedaço de veludo vermelho cuidadosamente cortado em dois pedaços, o mesmo
tecido do qual o esplendido manto do príncipe fora feito. Um pequeno vestido,
com a linha e a agulha ainda presas a ele – como se Vovô fosse retornar a
qualquer minuto, pegar a agulha e concluir o trabalho.” Pág. 46
Passado um
tempo, após a sofrível e heroica morte de seu avô, Mika ao descobrir este mundo
totalmente novo e ainda, com resquícios de alegria, passa a se empenhar cada
vez mais. Construindo fantoches coloridos e repletos de personalidade, à espera
de que aquele cenário cinza e repleto de dor e angustia que se via lá fora,
milagrosamente mudasse.
Quando sua
casa, passa a abrigar mais pessoas – como o número de judeus que eram jogados
no gueto, só aumentava a cada dia – e entre elas Ellie, a prima por qual sempre
sentira certa cumplicidade e amizade, Mika percebe que com seus fantoches pode
animar e talvez até trazer esperanças ao coração já despedaçado e enegrecido,
dos judeus.
Então suas
apresentações passam a encher de sorrisos, crianças, adultos e até mesmo os
mais velhos, alcançando todos os extremos do gueto. Mika passa então, a ser
conhecido como ‘O menino dos fantoches’ ou também como ‘O menino dos bolsos’ –
já que era no casaco repleto de bolsos secretos do avô, que ele guardava o
príncipe, a princesa, o crocodilo, o macaco e o vilão. Seus primeiros
fantoches.
Está sem
dúvida, foi uma das melhores leituras do ano. Em meio ao terrível cenário da
guerra, uma linda história conseguiu se desenvolver, e tocar meu coração. Mika,
é um guerreiro e toda a sua passagem durante o livro, me fez pensar no quão
sofrível para os judeus, deve ter sido a influência de Hitler, sobre os
alemães. Eva Weaver, criou personagens e situações muito realistas, e que
perfeitamente nos remetem ao passado, de uma forma muito especial. Ela nos
conta os dois lados da história. O do judeu submisso e o do soldado.
Sua
narrativa é profunda, descritiva e ao mesmo tempo leve, e o trabalho gráfico da
obra realmente tem tudo a ver com a história. Eu me emocionei durante muitos
momentos, porém, positivamente, ‘O menino dos fantoches de Varsóvia’ conseguiu
arrasar meu coração. Recomendadíssimo!
Oii Kate !
ResponderExcluirFaz algum tempo que to interessada nesse livro .. O único problema é que me envolvo demais com histórias que envolvem crianças, e essa que se passam no meio da guerra sempre destroem o meu coração. Bem diferente o lance das marionetes, é algo que eu gosto bastante! Fiquei encantada com essa capa, e espero gostar também do conteúdo :D
Beijos ;*
"Promo de natal"