RESENHA: Quissama 'O império dos capoeiras' - Maicon Tenfen
Boooom dia
galera linda, como é que vocês estão? A semana FINALMENTE chegou ao fim, e
estamos na contagem regressiva aí para o fim de semana. Hoje o Drunk está com
uma programação bem 'light', então espero que vocês curtam. Não se esqueçam de
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QUISSAMA ‘O IMPÉRIO DOS CAPOEIRAS’ – MAICON TENFEN
Acho que
posso dizer com firmeza, que ‘Quissama’ foi uma das leituras que mais me
surpreendeu nos últimos tempos. Digo isto, porque à princípio, o livro não me
chamou a atenção em nada. Porém, a trama é em seu modo, tão envolvente, que
conseguiu me encantar após alguns capítulos e um pouco de insistência. O livro
trata sobre as principais experiências de vida de Daniel Woodruff no Rio de
Janeiro, na época em que o Brasil, ainda era um país ‘socialmente explorado’.
Ou seja, durante a escravidão. O autor Maicon Tenfen, descobriu toda a história
– já que baseia-se em relatos reais – através de uma amiga bibliotecária e tudo
o que fez a seguir foi organizar os manuscritos do inglês Woodruff e
reescrevê-los de modo que entendêssemos. O que, devo admitir, ele fez com muito
capricho e empenho.
Na época em
que Dom Pedro I, governava o país, e que a escravidão estava em seu auge, houve
a propagação de lutas corporais, tal como a capoeira. por todo o país. Espécies
de ‘gangues’ se formavam, de modo à ajudar seu ‘senhor’, a conseguir cumprir
com seus desejos e ambições através da força física dos negros. Daniel Woodruff
vinhera ao país à passeio e como forma de superar a morte da esposa e filho.
Passara todo o tempo aproveitando as paisagens, bebidas e jogando conversa
fora, tornando-se conhecido após desvendar o caso do sumiço de madame Aimeé,
uma das principais dançarinas do teatro local, e tendo seu caminho atravessado
por Vitorino Quissama.
“Espumando de raiva, apontou o
dedo para um terceiro escravo, e numa língua desconhecida, talvez um dialeto
africano, proferiu uma ordem que atirou metade da malta sobre os dois, à
molestá-los e empurrá-los para os fundos do galpão. Tudo aconteceu rápido, num
frenesi festivo acompanhado de berros, choro, assovios, uma balbúrdia sem par.
Por um minuto, o caos tomou conta do ambiente. Curioso é que os escravos que
seriam punidos não se atreveram à menor reação. Só pude concluir que, ou
armaram um espetáculo para me amedrontar, ou, entre eles, esse tipo de
procedimento era comum.
- Para o tronco, os dois! –
gritava o Alemão, agora em português. – Setenta chibatas em cada um! Setenta
não, cem!” Página 62
Vitorino
Quissama, é ninguém menos que um escravo fujão, do Alemão – espécie de líder da
gangue dos guaiamuns – na época conhecido como um dos homens mais perigosos do
país, que vai à procura de Daniel, para conseguir ajuda. Precisa que o mesmo, o
ajude a localizar Bernardina, sua mãe – que segundo o mesmo, fora vendida para
outro proprietário.
O livro tem muitas referências históricas,
como por exemplo a assinatura da lei abolicionista pela princesa Isabel e os
reais motivos por trás do fato, a presença de José de Alencar como personagem
secundário e várias outras coisas que só serviram para me deixar ainda mais
curiosa e surpresa. Num geral, é um livro que entretém, porém agrega
conhecimentos à quem lê. O que, na minha opinião, é duplamente positivo.
"- Acho que isso é
desnecessário.
- Está recusando o meu pedido?
- Pelo contrário, estou aceitando, mas creio
que não será preciso cancelar a viagem. Se meu raciocínio estiver correto, o
caso será resolvido até a hora do jantar.
- O quê?! Está falando sério?
- Eu jamais blefaria diante de um ministro.” Página 95
Na minha
opinião, os personagens foram extremamente bem construídos, com a exceção é
claro, do protagonista – o próprio Daniel Woodruff – que se saiu como ‘herói’
em grande parte das aventuras, o que segundo o que penso, é quase impossível.
Ainda mais em se tratando de uma história com ‘um pé na realidade’. Acho que o próprio
Daniel, deu uma inventada em alguns pontos, para tornar tudo mais emocionante.
No entanto, apesar do excesso de ‘heróismo’, gostei bastante do enredo
trabalhado e das aventuras em si, vivenciadas pelo protagonista.
Aprecio
muito a história do Brasil e por isso, achei o livro o máximo. Muito bem
trabalhado e devo dar os parabéns à editora também, pela edição, que está um
luxo! Amei os desenhos, a capa... Enfim, amei ‘Quissama e o império dos
capoeiras’!
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Gosto bastante de livros históricos, ainda mais da história do Brasil.
ResponderExcluirÉ mto gostoso ler histórias com personagens bem estruturados, uma pena o autor ter 'perdido a mão' no personagem principal...
Mas q bom q de resto o livro foi bom!
Pois é, um livro que tbm de cara nao me chamaria a atenção nao, mas depois que vi essa resenha me bateu uma curiosidade, tbm gosto muito da historia do Brasil, Não leria o livro por agora, pq ja tenho vários livros na frente aqui, mas daria um jeito de encaixa-lo quando desse.
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