O Drunk Questiona - Érica Bombardi
Booa noite galera! Eu não disse que os nossos quadros iam voltar? O Drunk Questiona é um dos meus favoritos, para falar a verdade... E nós vamos voltar com uma entrevistada super especial, a Érica Bombardi, nossa mais nova autora parceira é uma fofa e vocês irão conhecê-la um pouco melhor... Bora?
O Drunk Questiona – Érica Bombardi ‘Autora de Além do Deserto’
Pergunta: E depois de
tanto tempo desativado, nosso quadro favorito está de volta! E nada melhor que
uma super entrevista com uma autora nacional pra dar uma guinada no Drunk, Seja
bem vinda Érica! Para começo de conversa, que tal você nos contar um pouco
sobre como foi que você descobriu que escrever
era o seu dom? Quando foi que começou a nutrir uma certa paixão ‘anormal’ pela
escrita?
Érica: Acho que meu
dom é ter filhos (hehehe). Escrever para mim é muito natural, mas não considero
um dom. É mais resultado de exercício e trabalho árduo do que de inspiração.
Por minha paixão pela escrita e pela leitura, decidi prestar o vestibular para
Editoração (ECA-USP) e trabalhar com livros. Toda minha carreira e planejamento
de vida gira em torno dessa paixão. Agora que você mencionou, acho que deve ser
algum tipo de patologia realmente. Me lembrou de uma música do Engenheiros do
Hawaii, vai lá ver http://www.youtube.com/watch?v=viCAyZ0gdnY , acho que
nós vibramos em outra frequência.
Pergunta: E sobre Além do Deserto, como foi que surgiu este enredo? Como foi que você
desenvolveu uma história tão complexa, tão intrigante? Houve algum momento em
meio a criação da obra em que você pensou em desistir, largar tudo?
Érica: A história
começou com o primeiro capítulo (não é tão óbvio assim), que escrevi há mais de
10 anos. Eu o escrevi e deixei na gaveta. Recuperei esse capítulo logo depois
que tive meu primeiro filho, lá por 2007 e senti que deveria continuar, eu
queria descobrir por que aquele rapaz estava atravessando um deserto, qual era
sua missão, qual era seu motivo ou sua culpa. Acabei de escrever o livro em
2008 e o deixei na gaveta novamente. Retomei todo o conjunto em 2011, ao ter
meu segundo filho (hehehe), e coloquei o texto para ser avaliado em um edital
do governo sem pretensão alguma. Para minha surpresa (e desespero), o livro foi
contemplado e eu tive apoio do PROAC para a publicação. Reli e reescrevi o
texto umas 500 vezes e o publiquei. Nunca pensei em desistir. Sei que o mercado
é difícil, sei que escrever é difícil, então eu caminho devagar.
Pergunta: Todo bom autor
dedica certo tempo também à leitura. Você costuma ler bastante? Quais são os
seus autores favoritos? Que ‘pontos’ você geralmente leva em consideração na
hora de escolher um livro para ler?
Érica: Sempre li
muito. Quando adolescente, eu lia mais de um livro por semana. Tive fases. Já
li muito livro policial, muito livro de suspense, muito romance rosa, muito
romance fantasia, muita ficção científica, muito escritor nacional etc. Leio
muito e de tudo. Nem sei quais são os pontos que levo em consideração antes de
ler um livro. Vejo a capa, quem é o autor, qual é a sinopse, leio os textos de
orelha e quarta capa, e, antes de comprar ou começar a ler mesmo, abro o livro
a esmo e leio um parágrafo qualquer. Se a “leitura surpresa” for boa, o livro
me ganha. Ultimamente estou passando por uma fase de valorização de escritores
nacionais, então busco ler quem é brasileiro. Em paralelo com minhas leituras
de lazer, leio sempre um poema por dia e estou lendo os clássicos, um a um, com
calma.
Pergunta: Como escritora
você está acostumada a assimilar características e personalidades a personagens...
Mas e quando se trata de você? Será que conseguiria nos falar um pouco sobre si
mesma, queremos saber quem é Érica Bombardi, quem é essa autora nacional que
está começando a se destacar em nosso meio literário...
Érica: Não me
preocupo em me destacar, nem acho que seja esse meu caso, pra ser super sincera
com você. Tampouco me preocupo em inovar. Muito menos em fazer diferente. Sabe,
eu busco me aprofundar em minhas leituras, estudar os grandes mestres, fazer
bem o que quero fazer (incluindo escrever) e fazer a diferença com determinação
se me faltar a coragem.
Trabalho com edição de livros desde sempre e adoro meu
trabalho. Estou em casa nos últimos 14 meses por conta do nascimento de meu
segundo filho, mas espero voltar a trabalhar com edição em breve. É muito
compensador poder ajudar um escritor a transformar um texto em um livro. Bem,
também quero continuar a escrever. Estou escrevendo pouco, culpa da total falta
de tempo. Mas as madrugadas estão aí para isso (e para lavar louça).
Pergunta: Todos os seus
personagens são extremamente marcantes. Você diria que se inspirou em pessoas
que conhece na vida real para criá-los? E como foi este processo – o de criação
dos personagens?
Érica: Os personagens foram nascendo
conforme eu fui pensando na história. Este livro foi escrito depois de eu já
ter rascunhado todos os capítulos. Então, antes de escrever propriamente eu já
tinha toda a história traçada e os personagens levantados. O passo seguinte foi
a caracterização de cada personagem. Abri uma “ficha” para cada personagem,
escrevi uma biografia para cada um deles e esperei que eles me dissessem como
eram, do que gostavam, escutei seus comentários bons, os ruins e os péssimos e
fui percebendo como era a personalidade de cada um. Se houve influência de
alguém que eu já tivesse conhecido, de algum outro personagem que eu já tivesse
lido, de alguma de minhas múltiplas personalidades, da manifestação de meu
subconsciente, não é coincidência alguma.
Pergunta: E quanto ao
futuro Érica, o que pode nos dizer sobre ele. Poderemos esperar por novas obras
suas? Já está planejando algo? Vamos, sem segredos conosco...
Érica: Esperança. É o que tenho sobre o
futuro. Tenho esperança de que seja melhor, amplo, com vista para o mar. Tenho
tantos planos que me dói.
Pergunta: Sempre peço aos nossos autores que
aconselhem os nossos ‘escritores fantasma’ isso é, aqueles autores que temem
publicar sua obra, temem mostrar seu trabalho ao mundo... Que conselho você
poderia dar a essas pessoas?
Érica: O medo é um
ótimo combustível para se queimar no processo. Ele te faz ir em frente, te faz
melhorar cada vez mais. Se você tem medo, tenho certeza de que irá fazer um
ótimo trabalho.
Pergunta: Você considera
difícil ser uma autora, digo isso, considerando os bloqueios criativos, as dificuldades
na divulgação e etc? ... Pois nós sabemos que nem só de alegrias vivem os
autores. Como foi/é para você, passar por todo esse processo de digamos estar
em ‘busca do reconhecimento’?
Érica: Olha, a
alegria de um escritor é escrever. Fora disso, no meio editorial, comercial e
literário, tudo é difícil, tudo é uma luta. Gosto de falar que quem escreve é o
escritor, e não o autor. Autor é quem foi publicado. E isso é muito diferente.
Digressão à parte, a caminhada é difícil mesmo. E eu sei que não difícil apenas
para mim. É difícil para todos que lutam por seu sonho, seja escrever, dançar,
cantar, aprender a ler, conseguir o primeiro emprego. A vida é cheia de
obstáculos, não sou tão ingênua a ponto de pensar diferente. Não me preocupo em
buscar reconhecimento, me ocupo em escrever.
Pergunta: E qual a sua opinião sobre a
literatura nacional? Acha que estamos progredindo, regredindo... Qual a sua
opinião geral sobre o assunto? Não se acanhe!
Érica: Não existe escala evolucional em
literatura. Existe, sim, qualidade de leitura, que depende do leitor e ele sabe
quando está lendo só para passar o tempo e quando o faz seriamente. Mas não
ouso fixar uma apreciação sobre isso. E não é por medo, mas, sim, por
desconhecimento. Não conheço toda a literatura que produzimos no passado e
produzimos hoje. Acho que apenas aqueles com esse conhecimento podem fazer
avaliações precisas.
Do que conheço, posso dizer que gosto do que vejo. Vejo
mais e mais escritores surgindo, vejo mais obras nacionais sendo publicadas,
vejo mais facilidade em se publicar e em ter a conexão entre escritor e leitor.
Sou otimista de que chegará o dia em que os escritores brasileiros serão
valorizados pelo povo brasileiro.
Pergunta: Já estamos chegando ao fim, e foi um
prazer tê-la conosco! Nossa equipe agradece a atenção e lembrando que vocês
podem faturar um exemplar de Além do Deserto aqui no Drunk, graças á fofa da
Érica que cedeu pra vocês... Participem, é até o mês que vem! Érica, nossos
leitores adorariam um recado seu! E fique a vontade para divulgar um pouco mais
do seu trabalho também!
Érica: Eu é que
agradeço, viu? Obrigada, gente. Montei um blog para o livro e coloquei o booktrailer
no youtube. Visitem, sigam, escrevam. Se
puder, visitem os links que coloco abaixo e finalizem esta leitura
com a trilha de um poeta http://youtu.be/h3zzDSpYPR8 , tenham Disciplina, Compaixão e Bondade. É o meu
recado.
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Uma blogueira aquariana de 17 anos, que ama escrever e ler de tudo, adora The Vampire Diaries e é mais desastrada que um pato. Sonha em ser jornalista e acaba de publicar o seu primeiro livro; Debaixo das Minhas Asas. |
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